quarta-feira, 5 de agosto de 2015

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SIG Aplicado aos Estudos de Ocupação Urbana

  • quarta-feira, 5 de agosto de 2015
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  • A utilização dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) pode ser um recurso essencial para o planejamento urbano, como instrumento de auxilio à análise espacial e subsídios para gestão das cidades. A análise elaborada em ambiente SIG possibilita a identificação de áreas adequadas a ocupação, de acordo com os diversos parâmetros proposto no planejamento, assim como de áreas susceptíveis a determinado fenômeno de ocorrência espacial, como deslizamentos e inundações, de acordo com a base de dados espaciais e temas a serem trabalhados. Com o uso do SIG é possível contribuir para a coleta e manipulação desses dados, assim como produzir um inventário sobre as cidades e diversas representações cartográficas. Entre os diversos exemplos da utilização do SIG está a elaboração de mapeamentos de áreas de risco a ocupação, do qual é possível produzir mapas temáticos acerca das informações sobre o sítio de determinado local, tais como declividade e vulnerabilidade erosiva devido a declividade, mapeamentos litológicos e de vulnerabilidade de quedas de barreiras, mapeamentos de solos (pedológicos) e vulnerabilidade de acordo com o abatimento do solo e voçorocamento, mapas de pluviosidade e vulnerabilidade associada a chuvas, mapeamentos de uso e ocupação do solo e vulnerabilidade quanto à impermeabilidade do solo.

    MUNICÍPIO DE LAGOA SANTA, MINAS GERAIS

       

         

    Nos mapeamentos foram atribuídas notas 1 para os meios estáveis, notas 2 para os meios intergrades e nota 3 para os meios fortemente instáveis, de acordo com  a proposta de Tricart (1977), para os diferentes temas mapeados. Os pesos foram atribuídos de modo a dar mais relevância aos aspectos ambientais que oferecem maiores riscos à ocupação humana. Fonte: Pereira et.al. (2011).

    No SIG é possível, além de mapear estes temas, correlacionar estas informações espaciais, aplicando-se metodologias associadas ao conceito da Ecodinâmica de Tricart (1977), com base na análise de geossistemas e zoneamentos ecológicos e econômicos (ZEE). É possível, assim, identificar e representar as áreas mais suscetíveis aos riscos e vulnerabilidade ambiental em relação à ocupação humana de determinada área. No exemplo dos mapas apresentados estão as unidades ecodinâmicas consideradas mais representativas no que diz respeito à vulnerabilidade erosiva, tendo como parâmetro primordial a disponibilidade dos dados referentes ao sítio do município de Lagoa Santa, Minas Gerais. Foram atribuídos pesos de 0 a 100% para cada uma das informações sobre o sítio e notas de 1 a 3 para cada classe, seguindo os critérios de vulnerabilidade propostos por Crepani e outros (2008), Moura (2003), Lima e Souza (2007) e Rocha (2008).

     

    No mapa síntese foram agrupadas todas as informações das classes de vulnerabilidade com seus respectivos pesos. Desse modo, cada pixel do mapa síntese apresenta um valor de 1 a 3. Assim como Crepani e outros (2008), neste trabalho admitiu-se cinco classes de vulnerabilidade: estável (1,0 a 1,3), moderadamente estável (1,4 a 1,7), medianamente estável / vulnerável (1,8 a 2,2), moderadamente vulnerável (2,3 a 2,6) e vulnerável (2,7 a 3,0).

    O SIG serve como apoio na delimitação de áreas propicias à ocupação, assim como apoio para o controle e fiscalização dessas áreas. O mapa síntese apresentado é um exemplo das diversas aplicações dessa tecnologia. Sendo assim, a utilização do SIG permite maior conhecimento do território, bem como o acompanhamento de suas transformações; o que é possível desde que, frequentemente, sejam feitas atualizações no banco de dados. As informações contidas no mapa síntese de risco a ocupação poderão sempre ser atualizadas em ambientes SIG, de forma dinâmica e eficiente, agregando-se, ainda, outras informações que sejam relevantes na definição das áreas de risco.

    REFERÊNCIAS

    CREPANI, Edison; MEDEIROS, José Simião de; PALMEIRA, Alessandro Ferraz; SILVA, Enio Fraga da. Zoneamento Ecológico-Econômico. In: Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. FLORENZANO, Tereza G. (Org.). São Paulo: Oficina de Textos, 2008, pp. 186-205; 285-318 
    LIMA, Silmar Teixeira; SOUZA, Jorge Batista de. Geoprocessamento e análise ambiental: susceptibilidade a movimentos de massa.  Disponível em: <<http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/
    eixo1/086.pdf> Acesso em: 08/09/2010.
    MOURA, Ana C. M. Geoprocessamento na gestão e planejamento urbano – 2° ed. Belo Horizonte. Ed. Da autora, 2005, pp. 87-217.
    ROCHA, Cézar H. B. Zona da Mata Mineira: Pioneirismo, Atualidade e Potencial para Investimento. Juiz de Fora: Do Autor, 2008, 128 páginas.
    PEREIRA, Regiane Benta. ; SOARES, Thiago Leonardo. ; FERREIRA, Guilherme L. L. ; OLIVEIRA, Natália Nogueira; ALVIM, Ana Márcia Moreira . O Sistema de Informação Geográfica e sua aplicação aos estudos de ocupação urbana: O caso de Lagoa Santa - MG. 2011. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

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    Post escrito por:
    Thiago Leonardo Soares 
    Geógrafo - MSc. Tratamento da Informação Espacial
    Professor da VasGeo
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